Entenda o que é inflação e seus impactos na vida do brasileiro

O termo se refere ao aumento consistente no nível geral de preços em uma economia

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Poupança e Investimento

A inflação é tema recorrente nos noticiários do mundo inteiro e tem grande importância nas decisões políticas e econômicas que afetam a todos. Mas o que exatamente é inflação?

De forma simplificada, o termo se refere ao aumento consistente no nível geral de preços em uma economia. Imagine, por exemplo, a compra de uma camiseta no valor de R$ 30. Passado um ano, o preço do mesmo produto aumentou para R$ 33,00. Essa elevação no custo do vestuário, equivalente a 10%, reflete a taxa de inflação deste produto no período em questão, um ano.

Isso significa que a inflação no país é de 10% ao ano? Certamente não, isso porque produtos e serviços têm custos e demandas diferentes. Para medir a inflação de um país ou região, índices de preços agregados são utilizados pelos economistas. Nesses índices, uma cesta de produtos e serviços é verificada para calcular a taxa que reflete a inflação na região definida.

No Brasil, os principais índices de preços são

IPCA: é o índice oficial utilizado pelo governo brasileiro no acompanhamento da inflação. Ele é medido pelo IBGE e aponta a variação no custo de vida de famílias com renda mensal entre um e 40 salários de 13 áreas urbanas. A cesta de produtos e serviços é montada a partir da Pesquisa de Orçamento Familiares que, inclusive, identifica o peso de cada item no rendimento familiar.

INPC: também medido pelo IBGE, tem metodologia similar ao IPCA, porém verifica a variação no custo de vida de famílias com renda mensal entre um e cinco salários mínimos, levando em consideração a cesta de produtos e o peso de cada item nos rendimentos dessa população.

IGP-M: calculado pela Fundação Getúlio Vargas, é formado por três índices que medem: os preços ao produtor amplo (60%), o índice de preços ao consumidor (30%) e o índice nacional da construção civil (10%). Analisando sete capitais brasileiras, é um índice mais abrangente que o IPCA, englobando diferentes atividades e etapas do processo produtivo. Tem forte influência do custo de insumos (commodities inclusive) e, por isso, sofre influência da variação cambial. Tem sido historicamente usado como fator de correção em contratos, especialmente os de aluguel de imóveis.

INCC: também medido pela FGV, acompanha a evolução dos preços dos materiais, serviços e mão de obra mais relevantes para a construção civil. Abrange sete capitais brasileiras, sendo utilizado como fator de correção em contratos de compra e venda de imóveis na planta.

IVAR: lançado em janeiro de 2022 pela FGV, o índice mede a evolução mensal dos preços dos aluguéis residenciais em quatro capitais brasileiras a partir da coleta de dados anonimizados de contratos de locação obtidos pela instituição. Surgiu como alternativa mais adequada para o acompanhamento e inclusão em contratos de locação residencial.

Entre tantos índices, qual deles é o melhor?

A resposta depende do objetivo e das características do que se pretende analisar. Importante destacar, porém, que o índice jamais irá refletir os custos de uma única pessoa, pois sua cesta de produtos e serviços dificilmente será igual a utilizada pelo indicador, além deste acompanhar a evolução de preços em diferentes regiões, mas é um bom ponto de referência.

Por que a inflação gera tantas preocupações e temores em governantes e cidadãos de todo o mundo?

A resposta está nos efeitos nocivos que ela provoca quando há um descasamento entre os preços e os rendimentos (incluindo os salários) ocasionando a perda do poder de compra da moeda, a redução nos ganhos de aplicações financeiras e a piora na distribuição de renda. Quanto mais acima da expectativa dos agentes econômicos estiver a taxa de inflação, maior será sua implicação.

As principais causas da inflação são o descontrole monetário, o aumento dos gastos do governo, as expectativas dos agentes econômicos, a elevação dos custos, a desvalorização cambial e eventos inesperados que causem problemas no suprimento de bens e serviços.

Para combater seus efeitos, os Banco Centrais fazem uso, principalmente, da política monetária por ter efeito mais imediato. O aumento da taxa de juros é o principal mecanismo empregado, porém como todo remédio, tem efeitos colaterais: a redução de investimento das empresas, o aumento no custo de empréstimos e financiamentos (e, consequentemente, do endividamento) e a desaceleração da economia, que podem levar a um aumento no desemprego.

Acompanhar e entender a taxa de inflação é importante não só para identificar a situação econômica atual e futura do país, mas também para antecipar mudanças na política monetária e nas forças políticas, além de antever os impactos na vida das pessoas (consumo, poupança, crédito etc). Épocas de inflação elevada demandam controle e planejamento financeiro para atravessar períodos turbulentos sem sustos!