Planeje suas férias e sua vida
Planejar é escolher caminhos a serem seguidos, isso envolve definir o objetivo a ser atingido e identificar o risco de as coisas não saírem conforme desejado. Ser capaz de antecipar desvios e problemas que possam surgir possibilita desenvolver alternativas e soluções para concretizar tais metas.
Dito desta forma, o planejamento parece algo simples e prático, que deveria ser habitual na vida cotidiana, afinal, decisões sobre temas importantes são tomadas periodicamente. A verdade, no entanto, é que a rotina e as obrigações presentes acabam dominando a vida das pessoas, fazendo com que as ações e decisões ocorram, muitas vezes, de forma automática.
Na maioria dos casos, não há um planejamento prévio, mesmo quando decisões importantes são tomadas. Isso sem falar de tantas outras situações que acabam sendo deixadas de lado por estarem relacionadas ao futuro distante, como a aposentadoria, por exemplo. É o famoso “deixa a vida me levar”!
Mudar o “chip” não é fácil. É preciso dedicar tempo pesquisando, pensando e planejando. A boa notícia é que todo esse esforço compensa, pois além de aumentar as chances de atingir o objetivo final, a jornada fica mais tranquila. Para ilustrar a importância do planejamento, nada melhor do que um exemplo prático.
Pense nas férias dos sonhos. O planejamento começa definindo os objetivos: qual o destino desejado? Qual a duração da viagem? Quais experiências são esperadas? Registre essas informações, pois servirão de guia ao longo do exercício.
O próximo passo consiste na pesquisa e coleta de informações, aumentando o conhecimento sobre o tema e trazendo informações relevantes para o processo. Cuidado com a fonte da informação usada! Busque sempre referências sobre o autor e procure validar a informação pesquisando outras fontes confiáveis. Afinal, informações falsas, erradas e até mesmo maliciosas (fraudes e crimes) trafegam livremente pela rede.
No exemplo, a consulta poderia ser feita em sites oficiais da cidade/país, páginas de agências de viagens, guias especializados e blogs de viajantes, identificando-se: a melhor época para visitar o local, como chegar lá, onde se hospedar, a melhor forma de se locomover, os pontos turísticos para visitar, lugares interessantes para conhecer, o que e onde comer etc.
Com a pesquisa é possível identificar ajustes e alterações significativas no plano. Pode-se descobrir que a viagem sonhada não era exatamente o que se esperava ou, que não é o momento certo para fazê-la. Esse é o principal benefício do planejamento: conhecer o caminho antes de tomar a decisão e embarcar na jornada.
Após as definições, vem a etapa financeira realizada com uma importante ferramenta chamada orçamento. Através dela todas as despesas necessárias para a realização do objetivo são apuradas. Algumas são facilmente identificadas na pesquisa como, por exemplo, os gastos com transporte, hospedagem e aluguel de veículos.
Outras envolvem estimativas ou pesquisas específicas, como é o caso dos passeios turísticos, gastos com alimentação, compras locais, deslocamentos etc. Quanto mais detalhado e abrangente for o orçamento, melhor. Inclua sempre uma margem de segurança: algo entre 10% e 20% costuma ser suficiente se o planejamento e o levantamento dos gastos foi bem feito. Considere também incluir proteções, como um seguro viagem.
Com o orçamento em mãos, chegou a hora crítica: definir de onde virá o dinheiro. Uma viagem deve ser financiada preferencialmente com a economia das rendas. É a tática de colocar a cenoura na frente, ou seja, definir o objetivo e trabalhar para alcançá-lo. Isso ajudará a manter as finanças pessoais em ordem e evitará o endividamento com juros (crédito).
Quanto maior a antecedência do planejamento, mais tempo para poupar e menor o sacrifício financeiro necessário. O ideal é começar a planejar as próximas férias logo que as atuais terminem. Isso ajudará também a reduzir os gastos, uma vez que a compra de passagens aéreas, hospedagem e aluguel de veículos costumam oferecer preços mais atrativos para reservas antecipadas.
Essa mesma lógica serve para a compra de moeda estrangeira. Como é muito difícil prever a cotação futura, o ideal é calcular o valor necessário para toda a viagem e ir comprando a moeda ao longo do tempo. Dessa forma, cria-se um preço médio que reduz os efeitos das oscilações e diminui o risco da aquisição da moeda em períodos de estresse.
Um ponto fundamental é ater-se ao planejamento e ao orçamento. Mantenha os gastos sob controle e dentro dos limites previstos. Caso a situação financeira mude durante o processo, revise o plano promovendo os ajustes necessários. Mudar a categoria da hospedagem, diminuir os dias de viagem, reduzir os passeios e as refeições em restaurantes são algumas alternativas. Em casos mais extremos pode ser melhor postergar ou substituir a viagem.
Note que esse processo pode ser replicado para todas as decisões importantes da sua vida. Então comece agora mesmo: planeje, orce e aproveite!