Microcrédito: um importante instrumento de desenvolvimento social

Microcrédito: um importante instrumento de desenvolvimento social

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Poupança e Investimento
Empreender não é fácil. São muitos os desafios enfrentados por aqueles que desejam ou precisam desenvolver um negócio para viver. Além da escolha do produto ou serviço oferecido, da divulgação para o público-alvo, do relacionamento com o cliente e das obrigações legais e fiscais, também é preciso pensar nas dificuldades com as finanças.

No começo, são muitos os gastos e investimentos necessários para colocar o empreendimento em andamento e justamente nessa fase as receitas das vendas costumam ser baixas e oscilar bastante. Até conseguir consolidar o negócio, é preciso uma boa quantia de investimento para mantê-lo funcionando. Se tudo der certo e o empreendimento for bem-sucedido, segue-se o desafio do crescimento, que demanda mais gastos e investimentos, além de novos obstáculos a serem superados.

Infelizmente, para muitos microempreendedores os bancos não costumam ser uma alternativa de financiamento viável. Seja pela recusa do crédito devido ao perfil de risco e às características do negócio, seja pelas taxas de juros proibitivas, a realidade é que o microempreendedor se vê desamparado. E foi a partir dessa realidade que surgiu o microcrédito.

Através de pequenos empréstimos, com juros baixos e prazos curtos, o microcrédito visa atender às necessidades financeiras dos microempreendedores, formais e informais, que não têm acesso ao sistema bancário tradicional.

Podendo ser utilizado para iniciar um novo negócio ou investir em atividades produtivas – como o empreendedorismo, a agricultura familiar ou a educação – o produto é voltado para o financiamento de atividades geradoras de renda, exigindo o acompanhamento técnico dos agentes de crédito, que orientam os clientes sobre a gestão do negócio e a aplicação dos recursos.

Dentre as opções oferecidas estão o financiamento do capital de giro e os investimentos produtivos fixos dos pequenos negócios, como máquinas, equipamentos, obras civis, matéria-prima, estoques, materiais, divulgação e capacitação.

Cabe destacar que o microcrédito não pode ser usado para fins pessoais ou que não tenham relação com a atividade produtiva do empreendedor. Para que o dinheiro captado não se torne um problema, deve ser aplicado de forma responsável e planejada, visando o crescimento sustentável do negócio e o retorno do investimento.

No Brasil, a operação é concedida por agentes operadores credenciados pelo BNDES. Cabe a eles definirem o valor do empréstimo e a taxa de juros de acordo com limites pré-estabelecidos. Para se ter acesso ao microcrédito, é preciso atender alguns requisitos:

  • o contratante deve ser pessoa física ou jurídica, que pretenda começar um negócio ou desempenhe atividades produtivas de pequeno porte;
  • para novos empreendimentos é preciso apresentar um plano de negócio que demonstre a viabilidade e a finalidade do empréstimo;
  • a pessoa não pode ter restrições no CPF ou no CNPJ e deve se enquadrar nos critérios de renda bruta anual máxima;
  • o valor máximo da operação é de R$ 20 mil, que conta com taxas de juros reduzidas em relação às demais modalidades de crédito;
  • o prazo de pagamento varia conforme a instituição financeira, com parcelamento em até 24 meses.

Como toda modalidade de crédito, a operação apresenta alguns desafios. O principal deles é a inadimplência, que consiste na falta de pagamento dos empréstimos no prazo estabelecido. Na maioria das vezes isso ocorre devido à falta de planejamento financeiro, à instabilidade da renda, às crises econômicas e às emergências familiares.

A inadimplência impacta negativamente os resultados financeiros das instituições que oferecem o microcrédito, reduz a capacidade de concessão de novos empréstimos e aumenta os custos operacionais, que acabam sendo repassados aos clientes nas novas contratações.

O cliente inadimplente também acaba sendo prejudicado, pois além de perder o acesso ao crédito vê seu nome incluído nos serviços de proteção ao crédito. Apesar dos riscos, o microcrédito tem se mostrado uma ferramenta eficaz para a inclusão financeira e social de milhões de brasileiros.

Estimulando o desenvolvimento econômico e social dos microempreendedores, tem efeito direto na geração de renda, emprego e oportunidades dentro das comunidades. Isso contribui para melhoria da qualidade de vida e redução da pobreza e da desigualdade, gerando resultados, inclusive na preservação dos recursos naturais.

Por tudo isso, o microcrédito é uma ferramenta poderosa para transformar realidades e promover a cidadania.