Educação financeira e Securitária

Educação financeira e Securitária

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Sobre os seguros em geral

O que é um seguro de defesa jurídica?

É uma modalidade de seguro que garante o pagamento das despesas incorridas pelo segurado em processos judiciais, quer no polo ativo ou no polo passivo.

Para que serve um seguro garantia judicial?

O seguro garantia judicial garante o pagamento de valores que o tomador necessitar realizar no trâmite de processo, substituindo os depósitos em dinheiro, fianças ou penhora de bens.

Ele é uma alternativa ao depósito judicial e à penhora de bens, tanto no âmbito administrativo quanto no âmbito judicial, conforme as condições da apólice.

Um seguro para todo os riscos (“all risks”) cobre qualquer dano?

Não. Todos os seguros têm limites e exclusões que são refletidas nas condições das apólices. Denominar um seguro como “todos os riscos” significa que cobre um conjunto muito amplo de riscos, mas nunca chegará a cobrir todas as situações possíveis.

O que significa a “letra miúda” de uma apólice?

Popularmente, a “letra miúda” será interpretada como:

  • Acrescentar muitos detalhes em uma coisa que não precisa como forma de ocultar uma informação importante.
  • Utilizar linguagem muito complicada, cheia de detalhes técnicos, para que o leitor não entenda.
  • Utilizar um tamanho de letra muito pequeno, que dificulta ou impossibilita a leitura do texto.

A fim de proteger os segurados, a redação dos contratos deve ser clara e precisa e as limitações do seguro deem ser destacadas de modo especial.

A seguradora pode recusar a minha contratação de um seguro?

Sim, as entidades de seguros devem selecionar os seus riscos com critérios técnicos objetivos, a fim de garantir o serviço e as prestações comprometidas com todos os segurados e, sem dúvida, garantir também a sua continuidade como empresa.

Se uma seguradora considerar que realizar um determinado seguro pode resultar em risco para a sua solvência e para a proteção dos seus segurados, ela poderá recusar a proposta de contratação daquele seguro.

Uma seguradora pode recusar a proposta de seguro para um edifício muito antigo devido ao risco intrínseco que isso representa ou, por exemplo, se o seu histórico de danos por vazamentos ou infiltrações de água for considerado extenso.

Qual é a diferença entre o representante de seguros e o corretor no pagamento dos prêmios?

Em primeiro lugar, é conveniente efetuar a distinção entre os representantes  de seguros e os corretores de seguros:

  • O representante de seguros é uma pessoa jurídica, atuando como agente autorizado da sociedade seguradora. Ele não possui poderes de representação dos segurados e é considerado intermediário dos produtos das sociedades seguradoras que representa.
  • O corretor de seguros pode ser pessoa física ou jurídica, oferecendo assessoria independente e imparcial, uma vez que não possui vínculo empregatício ou de qualquer natureza em relação às partes intervenientes no contrato de seguro.

Assim sendo, os valores pagos aos representantes de seguros serão considerados pagos às respectivas seguradoras que representam, enquanto os pagamentos efetuados aos corretores de seguros não serão entendidos como realizados às companhias de seguros. É importante ressaltar que todo e qualquer pagamento de prêmio deve ser feito mediante recibo formal, contemplando o valor total do pagamento efetuado.

Sobre os seguros de automóvel

O que ocorre se circular sem o seguro obrigatório de automóvel DPVAT?

No Brasil existe o seguro obrigatório para proprietários de veículos como ônibus, caminhões, carros e motos denominado DPVAT, que significa Danos Pessoais por Veículos Automotores Terrestres. O pagamento desse seguro é pré-requisito para o licenciamento do veículo. Caso um veículo seja parado em uma ação de fiscalização das autoridades de trânsito e não esteja licenciado, ele pode ser apreendido e somente será liberado após a regularização das pendências.

O seguro DPVAT tem a finalidade de indenizar vítimas de acidentes de trânsito, independentemente do responsável, oferecendo cobertura para despesas suplementares e médicas, para casos de invalidez permanente, de acidentes com morte e para indenizações de vítimas de acidentes causados por automóveis em vias terrestres brasileiras. O seguro DPVAT não oferece cobertura para fianças e multas impostas ao condutor, para danos pessoais que não tenham sido causados por veículos automotores de via terrestre ou por sua carga, e nem para acidentes sem vítimas, ocorridos fora do Brasil ou que envolvam veículos estrangeiros em circulação pelo país.

Qual o documento a ser preenchido em caso de acidente de trânsito?

No mercado de seguros brasileiro não se verifica a necessidade ou existência de um relatório de acidente. O segurado que se envolve em acidente de trânsito ou verifica a iminência de utilização da apólice de seguro, deve registrar boletim de ocorrência, comunicando oficialmente o acontecimento de trânsito e, também, informar à seguradora o ocorrido, promovendo a comunicação do sinistro.

O seguro de automóvel tem cobertura no exterior?

Geralmente, os seguros de automóvel oferecem cobertura limitada ao território brasileiro. A contratação de um seguro com cobertura no exterior é possível e o interessado deve entrar em contato com um corretor de seguros ou representante de seguradora, efetuando a contratação da cobertura adequada ao país em que irá circular com o veículo.

Sobre os seguros residenciais

Posso contratar um seguro residencial se o condomínio em que moro já tem um?

Sim, pois a proteção do seguro condomínio é voltada para áreas e partes comuns de condomínios residenciais, comerciais ou mistos contra os mais diversos riscos, buscando proporcionar segurança e tranquilidade ao síndico e moradores.

Em um seguro residencial são obtidas proteções para situações que ocorrem na moradia privada, fundamentalmente.

Por exemplo, se em um apartamento ocorre uma avaria em uma tubulação que resulta em danos por água a um vizinho, se o proprietário não tiver um seguro residencial, ele deverá arcar com os gastos de reparação dos prejuízos apurados. 

Quem recebe a indenização se ocorre um sinistro em um imóvel alugado? Dependerá daquilo que for afetado pelo sinistro - o imóvel ou o conteúdo.

Caso os danos produzidos afetem o imóvel, ou seja, a sua estrutura e construção, a companhia de seguros indenizará o proprietário do imóvel. Mas, se o sinistro afetar o conteúdo, a seguradora reconhecerá como beneficiário o dono dos bens segurados (pode ser o proprietário da moradia ou o inquilino).

Tenho que comunicar à seguradora alterações no mobiliário?

Sempre que houver mudança no mobiliário – tanto pela reforma, substituição ou aquisição de bens – é recomendável rever a lista dos bens segurados e as condições contratuais do seguro vigente para, caso necessário, ampliar ou alterar a apólice. A maioria dos seguros residenciais permite reajustar os capitais segurados e, portanto, alterar os prêmios em função das mudanças efetuadas.

Um banco pode me obrigar a contratar um seguro residencial quando contrato uma financiamento imobiliário?

Sim, o seguro habitacional é um seguro obrigatório nos casos de aquisição ou construção de imóvel pelo consumidor por meio de financiamento bancário junto a financiadores.

O consumidor pode decidir pela contratação do seguro habitacional junto ao próprio financiador ou em outra seguradora autorizada a operar seguros de pessoas ou seguro de danos, que estejam aptas a comercializar o referido seguro.

Sobre os seguros de vida

É obrigatório se submeter a exames médicos solicitados pela seguradora para contratar um seguro de vida?

A lei brasileira não diz nada com relação ao que rege o princípio de autonomia da vontade das partes. Isto significa que uma pessoa pode se recusar a se submeter a exames médicos, mas, nesse caso, é muito provável que a seguradora recuse realizar o seguro.

Para contratar determinadas modalidades de seguros de vida, as companhias seguradoras precisam conhecer as condições de saúde dos seus segurados, bem como outras questões, para avaliar o risco enfrentado e, consequentemente, ajustar o prêmio adequado.

Posso alterar os beneficiários a qualquer momento?

segurado pode alterar tantas vezes quanto desejar os beneficiários. Isso é feito, usualmente, mediante documento escrito enviado à companhia de seguros ou por meio de testamento. No primeiro caso, a nova designação de beneficiários deverá ser realizada explicitamente identificando a apólice sobre a qual é realizada a alteração.

Posso contratar mais de uma apólice de vida?

Sim, pode-se ter várias apólices de vida contratadas e com vigências simultâneas.

É obrigatório contratar um seguro de vida quando se contrata um empréstimo ou financiamento?

É comum as entidades financeiras exigirem a contratação deste seguro ao mesmo tempo em que é formalizado o empréstimo ou financiamento. No entanto, a sua contratação não é obrigatória, exceto no caso de financiamento de imóveis habitacionais.

Sobre planos de previdência e fundos de pensões

Qual a diferença entre Fundos de Pensões e Planos de Previdência Privada?

Fundos de pensões é a denominação pelas quais são conhecidas as Entidades Fechadas de Previdência Complementar – EFPC. São entidades sem fins lucrativos e administram planos fechados de previdência complementar, oferecendo benefícios sob a forma de pecúlio ou de complementação da aposentadoria paga pela previdência pública. Podem ser patrocinadas por empresas ou instituídas por entidades associativas, possuindo organização sob a forma de fundação ou de sociedade civil.

Planos de Previdência Privada são oferecidos pelas Entidades Abertas de Previdência Complementar – EAPC, ou seguradoras. Estas entidades  são reguladas pela Susep e possuem fins lucrativos. Os planos de previdência ofertados por elas podem garantir o pagamento de um benefício ao próprio participante ou aos seus beneficiários, no caso de coberturas de morte.

O que faz a entidade gestora de um Fundo de Pensões com os meus aportes?

Os aportes financeiros que cada pessoa realizar ao plano de pensões, somados aos do restante dos participantes, formam o ativo do Fundo de Pensões, que é investido em interesse dos participantes e beneficiários. Deste ativo são obtidos os futuros benefícios.

Uma pessoa pode participar de mais de um plano de previdência privada?

Sim. Não há um limite máximo de planos de previdência por pessoa.

Pode-se deixar de fazer aportes ao plano de previdência privada durante um certo tempo?

Sim, pode-se deixar de fazer aportes ao plano de previdência a qualquer momento. O capital acumulado continuará crescendo em função da valorização do fundo no qual estiver integrado. Os participantes nesta situação são denominados participantes em suspenso.

Posso solicitar, a qualquer momento, o resgate de uma parte ou do total das quantias aportadas ao plano de previdência privada aberta?

Sim, mas devem ser observados os prazos de carência, os intervalos e as condições previstos no regulamento. O participante tem o direito de solicitar, independentemente do número de contribuições pagas, o resgate, parcial ou total, ou a portabilidade, parcial ou total, dos recursos acumulados na sua reserva.