Paolo Gasparini

Italiano de nascimento e venezuelano por adoção, sua obra percorre dois mundos opostos, mas que dependeram historicamente um do outro. Com sua fotografia, o artista trata de eliminar precisamente essa visão etnocêntrica na qual a América Latina foi moldada pela influência ou em oposição à Europa e à América do Norte.

Gasparini faz uma fotografia comprometida, que ajuda a amenizar as injustiças sociais, mas sem cair no miserabilismo ou no exotismo. Nesse itinerário que é a sua obra, o artista faz escala em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Havana, Cidade do México ou Caracas, assim como Londres, Nova Iorque, Los Angeles, grandes metrópoles em que a realidade da vida assalta o próprio autor e, por consequência, também o espectador.

As imagens de Gasparini são reais. Elas refletem o caos da vida contemporânea, os outdoors, os reflexos nas vitrines das lojas, os trabalhadores terminando seu dia de trabalho, os moradores de rua, os transeuntes, os prédios altos, as casas baixas, os anúncios políticos, as duras condições de vida dos camponeses andinos, e tudo isso tratado com o máximo respeito e dignidade, mostrando sua vitalidade e encontrando beleza nesse caos cotidiano.